terça-feira, 21 de outubro de 2008

Então ela acendeu um cigarro e disparou, entre gargalhadas:

- Trepei! Trepei gostoso, ele me fodeu com uma vontade tão grande! Coisa que você nunca fez, seu merdinha! Ele me chupou como quem chupa uma puta, e eu gostei! Eu adorei quando ele me fodeu por trás e me chamou de vadia! E você com "meu amor" só me deixava enjoada! Você trepava que nem uma menininha, quando eu queria um macho puxando meu cabelo e fodendo minha boceta com força!

Silêncio.

- Você fuma?

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Lá isso é música

lá isso encanta quando canta: a voz parece que pede; arrepia, de poro em poro, pêlo por pêlo






vestido veste a perna
quadril estampado
rodado em diferentes
tons
sons têm ido, bem mais além

contorna a curva de cima
costela, peito aberto
perto demais do céu

lá isso é música
lá, lá
lá isso é música
lá, lá

palma da mão no pano
saia a girar
pernas não param de se
mostrar
se, se, se, se, se, se

pandeiro, percussão
conexão, pick up
nossa nova
mpb três

lá isso é o som
que sai à voz
entre os cabos e os dados

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

As partes de Camila




E ficou lá, parado sob os umbrais da percepção, de mogno ou quem sabe de alguma forma estranha de se pensar em alguém, por vezes - sempre - tão distante. E viu: a beleza das formas, das curvas e das folhas, e a mistura de cores, flores; viu-lhe os braços e pernas, esguias, e as voltas dos cabelos, os cachos sobre os braços; do pescoço viu-se as suas mãos em volta dos tendões, das veias e as sensações que sentiu. Descansou o olhar das madeixas e nas coxas deitou-o. Viu o altar vertical, e as pernas dela pelas frestas da janela viu claras, iluminadas, repousadas. Sentiu-lhe as mãos quentes sob os cabelos, sobre a nuca pousou a sua palma; nas dobras das costelas, sentiu-lhe a cintura em sua mão. Dos lábios, lépidos, fez-se sentir os outros lábios, tórridos, e soube: devaneios, na demora dessa espera, quer razão ou não, se fazem da emoção, sempre.