domingo, 22 de janeiro de 2012
segunda-feira, 16 de janeiro de 2012
Beleza corporativa
Postado por Mauricio Babilonia às 17:39 0 comentários
domingo, 15 de janeiro de 2012
Samba na ponta da língua
Postado por Mauricio Babilonia às 19:15 0 comentários
sexta-feira, 13 de janeiro de 2012
O homem-conformado
Olhando para trás, para os últimos 5 anos, só existe um único arrependimento. E você sabe bem qualé.
Postado por Mauricio Babilonia às 15:19 0 comentários
terça-feira, 10 de janeiro de 2012
Gainsbourg
Hoje, pouco mais de três anos depois, eu escrevo estas linhas imaginando que você está do meu lado. Não, sem romantismo. Imagino que você esteja realmente do meu lado, me olhando enquanto escrevo. Para mim, é um exercício de satisfação, uma massagem no ego. Para você, uma espécie de gozo. Você vai lendo enquanto escrevo, e eu vou escrevendo enquanto você pensa. Nas pausas dos pontos, nas curvas das vírgulas, você me lê: meu rosto; me vê bailando os dedos sobre as teclas, na dúvida de uma letra; nos erros de um final de palavra. Me vê lambendo os lábios ao sentir uma nova ideia e, quando eu consigo escrevê-la, você entende que também pensou a mesma coisa, e entende porque apressei o ritmo da digitação. Você está aqui do meu lado. Agora romanticamente, porque você está nua, com um lençol lhe cobrindo meio-corpo. Os cabelos, assanhados, lhe emolduram o rosto cansado. Você andou lutando esses três anos. Lutando para encontrar o que procurava. Lutou tanto que acabou encontrando. Mas, ao encontrar, percebeu que não queria ter. Ou ainda, percebeu que estava equivocada ao querer aquilo. E voltou a lutar. Agora, não para encontrar, mas para saber pelo que lutar. O caso é que o que você quer, você já tem, mas em outro corpo. É, eu sei, não se engane. Sei muito bem que o que você precisa está em mim e, se dependesse de você, estaria em outro corpo.
Postado por Mauricio Babilonia às 23:22 1 comentários
domingo, 8 de janeiro de 2012
Cena de um domingo à noite: soledad
Postado por Mauricio Babilonia às 23:39 0 comentários
terça-feira, 3 de janeiro de 2012
Ci vediamo
Conhecer alguém. Assim como se fosse um escritor e criasse um personagem, saber cada peculiaridade das suas ações e, principalmente, das reações. E, no caso de não ser um escritor, ser o oposto, o leitor. Conhecer alguém como se lesse uma personagem. Saber não qual a cor favorita, mas por que é a cor favorita. As respostas mentem, o corpo não. Conhecer alguém é ler alguém. Os dois caminhos da expressão, no diálogo: corpo e voz. Dizer e fazer. E o que ela diz quando deita no meu ombro? Como uma câmera em close, eu percorro sua pele, a partir dos pés. E, enquanto ela despeja as razões, eu sinto, através da pele, as mentiras.
Postado por Mauricio Babilonia às 11:29 0 comentários
domingo, 1 de janeiro de 2012
Mihaela
Eu queria conhecê-la melhor. Não, me corrijo: Eu queria passar mais tempo com ela, para conhecer as peculiaridades do seu corpo. Saber se cheira a manhã fresca, a perfume suave; lavanda. Ou se cheira a calor, a uma pele recém suada, com traços de pós-coito: cheiro de mulher, de fêmea ativa. Como é o seu quadril quando anda, quando senta; quando cruza as pernas, se as cruza. Se anda com os cabelos na ponta dos dedos, quando pensa. Não; Ela é das que pensam diretamente, sem volteios. Com os pés no chão e os braços cruzados. Deve olhar fixamente também, com esse olhar europeu de animal atento, mas sem demonstrar atenção, e sim falso desinteresse. Só uma mulher queimada nas fogueiras durante séculos para olhar assim. Pálpebras semi abaixadas. Os olhos de uma mulher que não denunciam, pelo contrário: que escondem. Não existem brechas para interpretação, numa mulher assim. Olha diretamente nos seus olhos, enquanto escuta suas lamúrias e não fica alternando os olhares rapidamente, passeando pelo seu rosto. O tipo de mulher cujas expressões faciais dizem "eu sei o que você disse, o que está dizendo e, não se preocupe, já sei o que vai dizer". O tipo de mulher que não precisa do bote veloz, porque mata lenta, suave e definitivamente, sem fazer esforço. De fato, os únicos músculos que deve mover são os do coração, para bombear esse sangue gelado milenar, sem uma batida a mais. Nem a menos.
Mas existe uma saída. Ou ainda, uma entrada. E é através do corpo.
Postado por Mauricio Babilonia às 21:43 0 comentários