quinta-feira, 9 de outubro de 2008

As partes de Camila




E ficou lá, parado sob os umbrais da percepção, de mogno ou quem sabe de alguma forma estranha de se pensar em alguém, por vezes - sempre - tão distante. E viu: a beleza das formas, das curvas e das folhas, e a mistura de cores, flores; viu-lhe os braços e pernas, esguias, e as voltas dos cabelos, os cachos sobre os braços; do pescoço viu-se as suas mãos em volta dos tendões, das veias e as sensações que sentiu. Descansou o olhar das madeixas e nas coxas deitou-o. Viu o altar vertical, e as pernas dela pelas frestas da janela viu claras, iluminadas, repousadas. Sentiu-lhe as mãos quentes sob os cabelos, sobre a nuca pousou a sua palma; nas dobras das costelas, sentiu-lhe a cintura em sua mão. Dos lábios, lépidos, fez-se sentir os outros lábios, tórridos, e soube: devaneios, na demora dessa espera, quer razão ou não, se fazem da emoção, sempre.

4 comentários:

C. Maria disse...

Gostoso o texto...
Bom de se imaginar :)

Anônimo disse...

he...
=D

Fulô disse...

nussa!!! isso é véi!!! mas deu saudade das manhãs brasilienses.

marianinha disse...

adorei a foto!
kkkkkkkkkkkkkkkkkk

brincadeirinha, dan.
ficou bom.