quarta-feira, 27 de julho de 2016

C'est fini


Ana foi provavelmente a mulher mais importante que eu conheci, e a mais interessante, sem desmerecer as outras. Mas Ana foi quem chegou mais próximo do amor. Foi com ela que eu aprendi que uma das faces do amor, parte inerente de um sentimento maior, é acreditar em outra pessoa mais do que em você mesmo. É olhar para alguém e ter certeza do poder, do talento, do carisma, da inteligência dela. Eu sentia isso, apesar de não saber o que era. Vim aprender tempos depois, após muita auto análise, muito cigarro de origem duvidosa, cerveja quente, bares decrépitos e conversas ébrias. Eu tentei corrompê-la de todas as formas possíveis e ela seguiu; firme, encantadora, educada e segura de si. Nunca eu tinha conhecido alguém assim, cuja personalidade se encaixava perfeitamente na minha, porque era eu quem tinha os buracos que precisavam ser preenchidos. Ela não. Ana era perfeita na humanidade libriana dela. Até conhecê-la, minhas certezas eram todas brutas, fundamentadas numa vida mesquinha e solitária. As mulheres da minha vida eram somente um complemento, um acessório sentimental pendurado no chaveiro que eu mantinha no lugar do coração. 

quarta-feira, 6 de julho de 2016

As partes de Hannah (Estás me ouvindo?)


a tua cintura me fazia ranger os dentes, me fazia urrar docemente. eu queria, como a porra de um leopardo, cravar minha mandíbula naquela curva, meio palmo acima do ilíaco. deixar minha marca de tesão naquela pele branca pintada com símbolos ininteligíveis. e depois, babando e lambendo minha saliva próximo ao teu umbigo, apertar tua bunda - os dois mini glúteos que tu tem, tão diminutos, perfeitamente redondos e atrevidos - com as duas mãos, arranhando forte e lentamente. minha língua desceria devagar, acompanhando o ritmo das gotas de despudor que jorravam da minha boca, pra se encontrarem com as gotas de impaciência que inundavam tua renda vermelha. eu não ia te chupar. não. eu ia te devorar, literalmente. eu ia te morder, porra. morder. eu ia arrancar pedaço por pedaço desse tecido cor de sangue que tu colocou. ia matar minha fome de tu começando pela tua calcinha. e depois, devorado cada pedaço, eu ia mergulhar na tua boceta. cair de boca, nadar nesse teu mar, teu charco, tua lagoa. puta merda, eu ia te chupar tanto, mas tanto, que tu ia implorar pra eu parar ao mesmo tempo que ia implorar pra eu continuar. eu ia te deixar tão molhada - de sexo, saliva e suor - que tu ia ficar morrendo de sede e ia pedir por favor mauricio pare, eu não aguento mais.


''Enquanto você olha para objetos e pessoas com puro desejo, 
ela olha seu olhar e se pergunta o que estamos fazendo.''