terça-feira, 1 de agosto de 2017

No desvio do nó




No peso de uma despedida rápida e conturbada, caindo entre os cabos de dados. Dois corpos separados, afastados, com a saudade fluida iniciada, começada. Contemplada bem de perto e sentida bem de longe. Saudade real, esfomeada, ávida. A feiúra de tanta sinceridade, travestida no drama: não há risco detrás da linha de segurança. A completa noção de cada dia que falta, de cada hora não vivida: Hoje acabou-se o amanhã. Amanhã não vai chegar. O tempo andou demais. Tanto que não devia ser dito, tanto que não foi dito, tanto por ouvir. Tanto por deixar morrer. Venha-se o tempo, venha-se a porra do porvir e adeus a tudo que houve aqui, logo aqui atrás. Precisar estar assim, pra nunca mais viver de novo o que sempre foi vivido e assim quem sabe despencar do vôo numa queda triste e solitária, somente um sentir bilateral e longínquo: lá onde não já há mais aqui.

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