domingo, 30 de julho de 2017

Marina V

a praia é o limiar, Marina
trampolim para a imensidão de nada
estar cercado de nada por todos os lados
o firmamento é um nada
a falta de horizontes é um nada
ser nada
sentir nada
ter nada
a terra, o chão não são
nada

tem muito de muita coisa aqui
tem sempre um tanto de um monte
a praia é areia molhada
é onde o mar vem e vai
o limite
a fronteira
o quase-lá





Sentado de frente para o mar, é como um abismo. O mar é um precipício, Marina. Uma queda eterna, um nunca-estar. Um sempre-ir. À minha frente, a queda; às minhas costas, o fim. 

Nenhum comentário: