domingo, 17 de fevereiro de 2008

Da série "Marília: Poesia"

"Deixa-me te confessar isto: eu te seduzo com estas palavras soltas. Sinto que quando falo contigo, assim, de forma desconexa e cheia de subjetivismo, tu me amas mais, porque sou estranha a ti e a espécie humana que tu te limitas."




Memorília

através do nervo opticular
pelas paredes córneas, cristalinas,
gelatina, aquosa, vitrificada retina
invertida, insistida, escurecida,
se fez, no concílio cerebral
o impulso de Marília.

operacional o vitrificado olho
guardando cerebralmente
na mente a imagem da menina

declarou explicitiva
semanticamente episódica
a memória de Marília

nos têmporos dos lobos laterais
profundamente arraigados
os pensamentos Mariliais

para lá ficarem.




Poesília

solta o facho, aquece
pudesse, Marília Poesia
a blusa apretece, aparece
cabelo encastanhece, flutua
lábio avermelhece, sorrisa

versifica o teu olho com o meu
halifica tua boca com a minha
palavrifica tua inteligência comigo
sentifica a minha alma com a tua
poetifica teu corpo com o meu

me aparece assim, achada,
exultante, exaltada Marília
bronzeada, perfumada
clareada, aquecida Poesília.




Versília

o martírio da emoção
é o globo ocular
o vento que sopra de dentro
é veneno, é veneno
vencendo, dizendo
falando, chamando
clamando, querendo
fazendo, pedindo
insistindo,

existiu
só verso.

versoar
marília.

o martírio da emoção
é o canto, exposto
desgosto da posição
do tempo, o tempo
demora; na espera
marília dorme nela

o martírio da emoção
é versoar Marília.

3 comentários:

Anônimo disse...

é poeta.

de super heroi á poeta.

como tu escreve porra!

leve, luz, pluma.
parece um paraíso.

Anônimo disse...

ai, que honra!
meu deus, que Marília!
M.G.

Márcia Leite. disse...

Dããn!
Muito bom!
Mui bonito!

=)