domingo, 20 de julho de 2008

As partes de Maurício

Minha vida é como uma folha seca
Tem uma cor tardia e está prestes a desprender-se.
Em minha vida é sempre outono,
E dele sou fugidia com a imaginação verde,
Resistindo em minha estrutura frágil.

Minha vida é como uma folha seca
Partindo ao encontro do chão ou do infinito,
Partindo até onde o vento permitir
O regozijo da liberdade.

Minha vida voa depressa e despedaçada
E em cada pedaço carrego
O fosco de minhas lembranças pueris…

É evasiva, nostálgica e está em pedaços!
A minha vida: FRAG-MEN-TOS

(Gabriela Arruda)


A folha de arruda, que canta sobre a fragilidade da vida, percebeu: as partes dela e as de maurício são duas partes em fragmentos.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

As partes de Teresa

é a pele.
primeiro a visão do vão dos seios. os antebraços nus, a dobra da cintura dos quadris. o aspecto da barriga e até por transparência que se veja o busto. das coxas e das pernas, a longitude e o desvario do vazio por entre. dentre elas, certas, gestos. gosto da pele.
depois o cheiro do pescoço, a bênção do aroma da afeição. ou não. com o pescoço aparece o cheiro da curvatura do portrás. exala o olor das costas. costas? se conhece uma mulher pelo cheiro das omoplatas. quando arrebata, não importa o trato, é fato: se é de uma mulher enquanto não se sabe o que ela tem. a busca pelo segredo, pelas tendências dos nervos, não é mais que que os segundos do gotejo. primeiro, de fora pra dentro, no descompasso, a divisão do lasso interno e do pulsar externo, e depois de dentro pra fora, intrépido, rompendo a consciência, com a pura ciência dos homens, o sabor.
ah, o sabor.
a se saber mais além...