pensar poesia
a linguagem está sendo escamoteada pela estética. deformada pela informação desnecessária, onde tudo é cópia de tudo. à parte o conceito de originalidade, a poesia da 'nova geração' parece mais preocupada em levantar a bandeira do 'quem sou eu'. o trabalho de linguagem é um retorno ao tumulo de baudelaire ou, vai saber, uma declaração de amor a chico. qualquer um deles.
não me excluo, e não falo em terceira pessoa; muito menos alheio. eu sou um deles, e estou no meio dessa torrente de pseudo poesia (pra quem sabe o que é poesia). se poesia é tudo e mais aquele pouco escondido nas entranhas do subconsciente, disfarçado de alterego, então onde é que a linguagem se estabelece?
eu vejo um monte de jokers pela rua, disfarçados de poetas. bebendo, fumando, se regozijando. e de vez em sempre relatando as aventuras egóicas nos diários virtuais. ou, quando não estão na rua, estão nas suas camas, fazendo guerras imaginárias e lutando com ventiladores, como se fossem moinhos. pescando metáforas nas quatro paredes do quarto.
e, novamente, lá estou eu, disfarçado de gente. me fazendo crer que se a poesia paraibana está dividida no antes e depois, então o que resta é uma horda de jokers. saltitante nos 20 e, depois dos 30, se tornando jornalistas que ganham um punhado de amanhã, para escreverem sobre tudo o que passaram, e esperam ver no futuro dos poetas da PB.
4 comentários:
Daniel, xará, poesia é sim coisa séria. Mas sério não no sentido que a vida comum lhe dá. Assim como sua utilidade, que não corresponde à acepção utilitária da vida ordinária. São outros os parâmetros. O lúdico é uma projeção necessário do fazer poético sobre a linguagem. A brincaderia é séria como quando uma criança leva a sério um jogo de videogame e dorme pensando nas possibilidades desse jogo. Não pense de forma aristotélica. Pense semioticamente. Poesia é vida, em estado puro de palavra.
gostei de passar por aqui
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