fui no tororó
não fode comigo que eu não fodo contigo, ela disse. é o nosso acordo, nosso contrato: eu vou tentar o possível pra não fazer merda e você promete fazer o mesmo. a gente aperta as mãos, tira a roupa, transa a noite inteira e sela essa porra. não se toca mais no assunto e, desse jeito, a gente espera não ter de passar pelo que você e eu passamos nessa última década: brigas, mentiras, ameaças de morte e atropelamentos desnecessários; você não me faz chorar e beber tequila dobrada nas quartas do chez moi e eu prometo não te fazer falar mal de mim pros teus amigos nas segundas à noite no bar do guerreiro. deal?
concordei, com aquele aceno de cabeça rápido, mas embriagado. muita cerveja quente, muito bolinho de camarão; o barulho do mar me embriagava mais e mais, o ar quente soprava nas costas, empapando mais ainda a minha camisa contra a cadeira de metal. é, aí sabia das coisas, pensei, enquanto acendia um cigarro sem olhar para ela.