segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Gemido a gemido se abre la herida

Gostaria de saber que gosto ela tem. Não. Gostaria de saber como ela goza. O que sussurra - ou grita -; o que geme; como geme. Se diz 'ah' como quem suspira ou se diz 'ah' como quem se extasia, contorcendo o tronco para cima e arqueando a cabeça para trás. Gostaria de saber como ela usa as mãos, qual a pressão que põe nos dedos, que tipo de movimento faz com os braços, e se faz muitos movimentos. Será que ela range os dentes e faz sons gulturais violentamente ou não? Vai ver ela olha com aqueles olhares de leve desespero, de súplica, de desejo imerso, cercado por outros olhares um tanto indefinidos, quase inexistentes, mas presentes em alguns milésimos de segundo; que entre o abrir e o fechar de pálpebras é que se percebe, como flashes em slow motion. E, finalmente, se ela adormece vagarosamente ou se sorri, boceja, diz palavras sutis e se apóia sobre o braço, olhando com uma pequena parcela de estar maravilhada e estar satisfeita. Satisfeita? Satisfeita.

Nenhum comentário: